A companhia de navegação espanhola Naviera Armas inicia no dia 14 uma linha entre a Madeira e Portimão (Algarve), quebrando um "jejum" de 23 anos no transporte marítimo de passageiros entre a região e o continente português.
Esta ligação sazonal, a vigorar entre Junho e Setembro, surge num contexto de liberalização do espaço aéreo entre a Madeira e o Continente (fixada a 24 de Abril) que, pela ausência de concorrência, tem ditado preços considerados proibitivos pelos madeirenses.Depois da implementação do transporte aéreo, aos poucos, desde a década de 70 do século XX, os madeirenses assistiram ao progressivo abate dos navios da marinha mercante portuguesa como o "Infante Dom Henrique", o "Santa Maria", o "Vera Cruz", ou o "Príncipe Perfeito" da Companhia Colonial de Navegação, culminando na alienação do "Funchal".Foi uma política de abate de navios que começou em 1968, e teve como primeiras "vítimas" o "Lúrio" e o "Quanza", estendendo-se até 1985, ano em que foi decidido abater o "Funchal", navio que foi salvo de uma morte anunciada graças ao armador grego Georges Potamianos que, embevecido pela sua construção, resolveu adquiri-lo e o integrou na sua frota, a Arcádia Shipping. A nova ligação marítima que a Naviera Armas vai realizar a partir de 14 de Junho poderá vir a representar uma alternativa na ponderação que os madeirenses fazem das suas férias.Este recurso de deslocação por via marítima oferece a vantagem de o passageiro poder levar a sua própria viatura, permitindo organizar um combinado de férias quer no continente português (Lisboa dista cerca de três horas do Algarve), quer em território espanhol (onde o combustível é mais barato), com deslocações a Sevilha (a cerca de 90 minutos) ou às praias do Sul de Espanha.
O "Volcán de Tijarafe", da Naviera Armas, é a embarcação que vai quebrar esse "jejum" de 23 anos de ausência de uma carreira regular marítima entre a Madeira e o Continente.