quinta-feira, 12 de março de 2009

NAVEGAÇÃO E NOVOS RUMOS


No rescaldo de mais um Congresso da AGEPOR, este sob o lema “Navegação e Novos Rumos”, não resisto ao aproveitamento deste espaço, para abordar e dar a conhecer o que por lá se passou, tirando algumas conclusões que considero serem importantes de reter.
Em primeiro lugar, e embora fazendo-se representar pela Presidente do IPTM, gostava de referir o sinal negativo que é transmitido e percepcionado pelos agentes económicos, sempre e quando a Secretaria do Estado dos Transportes, tutela deste Sector, prima pela ausência neste tipo de eventos. Bem, ou mal a imagem que fica para os presentes, é que o poder político do Sector, parece querer estar longe, mesmo muito longe, daqueles que todos os dias fazem funcionar, na realidade, a economia e particularmente o Sector. É uma pena a ausência (que não se refere apenas a este Governo), até pelo estímulo positivo que a presença poderia suscitar, mas no fundo, atrevo-me a dizer que, quem perdeu foi quem não esteve ou quis estar.
E a verdade é que efectivamente perdeu, porque é difícil e raro, numa mesma manhã, poder fazer coincidir um naipe de oradores, tão conceituados, que se dispuseram a discorrer acerca de temas importantes, como o momento actual da economia portuguesa, que caminhos seguir, e como encontrar no Mar um activo estratégico para o País.
Caminhos esses que, a nível europeu, parecem já ter sido percebidos e traçados, a avaliar pela intervenção do responsável comunitário pela Politica de Transportes Marítimos e Portuária, que apresentou, nesta ocasião, os 2 documentos que elaborou, e que a Comissão entregou na semana passada ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões. Foi assim possível conhecer, um pouco mais em pormenor, os “Objectivos estratégicos e recomendações para a política comunitária de transporte marítimo no horizonte de 2018”, bem como o “Plano de acção com vista a estabelecer um espaço de transporte marítimo europeu sem barreiras”.
Com a intervenção da responsável comunitária pela Politica Alfandegária, uma portuguesa, foi também possível, perceber que caminhos permitindo a simplificação documental e o consequente sucesso do transporte marítimo intra-europeu, estavam a ser traçados nas mais altas instâncias europeias.
Desta forma, a AGEPOR trouxe-nos e proporcionou-nos a presença de quem pensa, quem decide, e quem pode influenciar os caminhos do Sector. Os que o perceberam sabem agora melhor onde se dirigir e a que portas bater.
Quanto aos Agentes de Navegação, sua conduta e realismo, sempre que a conjuntura o exige, apetece-me, e acho importante, realçar nas palavras de William Ward;
O pessimista protesta acerca do vento
O optimista aguarda que o tempo amaine
O realista ajusta as velas.


O espírito, profissionalismo e voluntarismo que emprestam à sua actuação, e que tão bem foram evidenciados, quando no encerramento o Presidente eleito, evocando o final do poema de Fernando Pessoa,
“Cumpriu-se o Mar e o Império se desfez. Senhor falta cumprir-se Portugal”
Proferiu com voz firme, que pelo Mar e no Rumo certo, os Agentes de Navegação cumprirão Portugal.
Não posso deixar de referir, a finalizar, com toda a suspeição que assumo com muita honra, que o 6º Congresso dos Agentes de Navegação foi um êxito, que marcará certamente, neste ano de 2009, o Sector e os Agentes económicos que quiseram estar presentes, acedendo ao nosso convite.
Lembrando que ninguém é tão rico que não tenha nada a receber, nem tão pobre que não tenha nada a dar, o meu sincero bem-haja a todos que, com a sua presença e participação nos trabalhos, contribuíram para viéssemos de lá um pouco mais sábios.
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António Belmar da Costa
Associação. Agentes de Navegação de Portugal/Portuguese Shipping Agents Association
Director Executivo / Executive Director
www.agepor.pt

ECASBA - European Community Association of Ship Brokers and Agents
Chairman
www.ecasba.com

Short Sea Promotion Centre - Portugal
Executive Director

Tel: +351 213420988
Mob: +351 917235262
Fax: +351 213421895
Gare Maritima da Rocha
Rocha do Conde de Óbidos 1º
1350-352 Lisboa
António Belmar da Costa

1 comentário:

Rui Amaro disse...

José Modesto
Portugal tem que se virar novamente para as rotas maritimas, mesmo apesar de possuir meia duzia de companhias de navegação sólidas, mesmo que seja com bandeira nacional, registo MAR (Madeira) ou de conveniência, se não perdemos o espirito maritimo, além disso é uma fonte de receitas e postos de trabalho, mas para isso tanto o governo como os sindicatos do sector têm que ser um pouco mais flexiveis e há que haver incentivos. Não devem exigir uma tripulação de 15 quando a embarcação apenas precisa de 9 ou mesmo 6, é que os navios hoje em dia são muito sofisticados e automatizados. Lembro-me de vapores a entrar a barra do Douro, com mar ou correntes de cheia no rio, era o timoneiro, o capitão e piloto agarrados à roda do leme enorme. Isso hoje já não se usa, alguns navios governam à base de "joytsticks".
Há que pensar nisso!
Saudações maritimo-entusiasticas.
Rui Amaro

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