quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

CONHECER LEIXÕES


3 comentários:

Anónimo disse...

Caro José Modesto,
Fiz, há pouco, um reparo a seu respeito, no blogue NAVIOS À VISTA de Rui Amaro, do qual me venho penitenciar. Referi que o José Modesto não tinha voltado a abordar o tema da marinha mercante suiça, conforme o meu pedido, o que, manifestamente, não é verdade. Escreveu - e muito bem - sobre o assunto em 29 de Janeiro, mas fê-lo na caixa de comentários, à qual não voltei a aceder. P.f. aceite as minhas desculpas.

JOSÉ MODESTO disse...

Meu Caro Amigo, não tem que se desculpar,se eu tivesse acesso ao seu e-mail, de imediato lhe tinha respondido, no entanto fui ao seu comentário, já que era a única forma de lhe responder,devo-lhe dizer que recorri ao meu Amigo Rui Amaro que é um expert na matéria. Estamos sempre a aprender e o simples facto de que quando não soubermos devemos consultar as pessoas mais experientes, foi o que eu fiz.
Meu caro Amigo é sempre bem vindo ao meu blogue, ele procura ensinar sempre aos mais novos aquilo que por vezes não sabemos ou não nos ensinam.

Volte sempre, faça comentários, porque é com a experiência de todos que conseguimos passar a mensagem.
Ensinar para mim será sempre uma obrigação, aprender será sempre uma virtude.

Boa Saúde
Saudações Maritimas

Rui Amaro disse...

Caro Modesto
A imagem dos surfistas na praia da Circunvalação/Matosinhos, fez-me recordar o seguinte: Como sabes aliado ao serviço de escritório Inward Department da Garland/Veselmar eu fazia o serviço do atendimento dos navios no Douro e Leixões, vulgo Caixeiro de Mar. Desde1963 começaram a escalar Leixões os vapores da Alfred Holt & Co.Ltd. mais conhecida por Blue Funnel Line, de Liverpool., navios entre os 150m e os 180m. Só para Leixões descarregavam â volta de 7.000 tons, vindos do Oriente, Coreia, Japão, China, Tailândia, Filipinas, Malásia, Singapura, Ceilão via Canal de Suez ou Canal do Panamá. Eram viagens de “round trip” de cerca de três meses e por vezes juntavam~se 4 no mesmo dia. A carga constava de Toyotas (CKD- caixas com partes dos carros para montagem no Salvador Caetano) que mais recentemente passaram a vir já montados nos conhecidos Car-Carriers, que agora descarregam em Vigo pelas contingências de entrada do porto de Leixões, (ventos, rebocadores, etc.), borracha em fardos para pneumáticos, material fotográfico, louças, quinquilharias, e por aí fora. Operavam em Leixões entre dois a três dias. O teu falecido pai também lá andava.
Uma certa ocasião, devido à greve dos estivadores na Inglaterra, veio para Leixões o ASCANIUS com mais de 10.000 tons de carga destinada a Inglaterra para ser “abandonada” em Leixões, a fim de libertar o navio, que já estava em Liverpool há cerca de um mês. Olha eu, o Marques dos Santos, o Serra que veio de Lisboa para nos ajudar gramamos três dias e três noites sem ir a casa e muito menos à cama, mas fomos recompensados com três ordenados, horas extraordinárias e mais uns prémios. Nunca me vi com tanta “massa”. É que depois tivemos que tratar da expedição das mercadorias para os seus destinos por conta dos respectivos importadores em Inglaterra.
Na altura não existiam as pranchas de surf, tão utilizadas hoje em dia, o meu filho mais novo (31 anos) tem para aí umas quatro. Acontece que num desses navios (da chaminé azul topo preto) eu vi junto das baleeiras várias coisas dessas, género da dos nadadores salvadores de agora, com umas agarras de corda a toda a volta, e questionei um oficial, que me disse que eram meios de salvamento, muito utilizado na Austrália e Nova Zelândia. Em caso de naufrágio atiravam-se para a água e agarrados, surfavam nas ondas até chegarem à praia. Eram um pouco maiores do que as actuais. E foi aí que vi a primeira vez, aquilo a que hoje chamamos de Pranchas de Surf.
http://www.shipsnostalgia.com/gallery/showphoto.php?photo=83156&nocache=1
Um abraço
Saudações marítimo-entusiásticas
Rui Amaro

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