sexta-feira, 28 de agosto de 2009

FARÓIS

FAROL SÃO MIGUEL-O-ANJO
Data de 1528 a ordem do bispo de Viseu e abade comendatário do mosteiro de Santo Tirso, D.Miguel da Silva, para que se construísse a torre de S.Miguel-o-Anjo, junto o local onde hoje se ergue o farolim da cantareira. Testemunha-o uma lápide escrita em latin (Vêr última imagem) ainda visível n face sul da torre, cuja tradução é: "D.Miguel da Silva, bispo eleito de Viseu, mandou contruir esta torre para dirigir a navegação, ele mesmo deu e consignou campos comprados com o seu dinheiro, com o rendimento dos quais foram acesos fogos de noite perpetuamente na torre. No ano de 1528"
É ainda visivél outra inscrição, sobre uma janela virada ao Douro, contendo a frase SALVOS IRE R.D., a qual, a interpretar-se como SALVOS IRE ROGO DEUM, se poder verter por: "peço a Deus que regressem sãos e salvos". A testar esta iniciativa do bispo, socorremo-nos da História da Igreja em Portugal, de Fortunato de Almeida, que expressamente refere:
Em S.joão da Foz, couto do mosteiro de Santo Tirso, (D.Miguel da Silva) mandou fazer obras importantes. Uma delas foi a igreja de S.joão, junto à barra, depois incluída no castelo que se mandou construir para a defesa da mesma barra; a capela-mor, oitavada, era onde se celebrava a missa dentro do castelo.

No sítio da Cantareira, sobre rocha viva, em que batia o mar, levantou uma torre quadrada, com duas janelas, uma voltada para leste, outra para a barra; e nela pôs um farol que nservisse de guia aos navegantes. Há mesmos registos segundo os quais a ermida terá sido construida em pleno rio, ou quase, como se fosse uma verdadeira ilha ligada a terra por uma lingueta e apenas mais tarde passou a estar em terra firme, depois de conquistada ao rio uma bopa porção de terra, processo que só em 1867 de ultimou.

Em tempos recuados definiu um enfiamento com a Torre da Marca, que, mandada construir em 1530 por D.João III, viria a ser demolida duarente as lutas liberais. Do ponto de vista da sinalização marítima, o traço de união entre esta obra renascentista, com traça de Francesco de Cremona, e os tempos actuais é representado pelo actual farolim da Cantareira, que, com o das Sobreiras, definiu até 2006 o enfiamento da barra do Douro.
Datado de 1915, o farolim é composto por uma coluna de ferro com varandim, encimada por uma lanterna cilíndrica, tudo pintado de vermelho. Começou por funcionar a petróleo, sendo mais tarde electrificado por ligação à rede pública de distribuição de energia.

Autor: J.Teixeira de Aguilar.



Nota Importante.
Pede-se urgentemente a intervenção dos organismos que tutelam esta área, atendendo a que o referido farol está em estado avançado de degradação.

8 comentários:

José Castro disse...

Parabéns pelo seu belo Blog...

JOSÉ MODESTO disse...

Amigo José Castro, obrigado por ler este meu cantinho.
Este blogue é seu também.
Obrigado por segui-lo, é bom sabermos que as pessoas nos vêm.

Saudações Marítimas
José Modesto

Rui Amaro disse...

Caro Modesto
Parabéns pela postagem
Faróis e farolins da minha Foz do Douro, que tantas e tantas vezes guiaram o meu pai e seus camaradas na condução de barcos de pesca e navios de alto bordo na problemática barra do porto do Porto, orientando-os no bom enfiamento, em situações aflitivas de águas de cheia no rio e mar na barra. Em situação de nevoeiros orientavam-se pelo toque do sino do farolim de Felgueiras ou mais recentemente pela sua ronca.
Como já algum tempo disse, toda a área de entre a Cantareira, Passeio Alegre até à praia das Pastoras vai ser requalificada, pelo que os edifícios do pontal da Cantareira irão sofrer obras de beneficiação e também o respectivo farolim em ferro, que com o do Mato ou Três Orelhas serviam de enfiamento, os quais agora foram desactivados, devido a novos farolins, entretanto edificados para servir o enfiamento da nova barra, este ano inaugurada.
Há quem diga que os edifícios encostados à antiquíssima ermida farol de S. Miguel-o-Anjo deveriam desaparecer, ficando a ermida visível em todas as suas alas. O mal foi feito também há muitos anos, e os dois elementos anexos também passaram a ter a sua história de importância para a Foz do Douro.
O edifício da parte Oeste, foi a casa da Alfandega e serviu na sua ala Oeste, como primeira estação da Corporação de Pilotos da Barra, e a ala Norte, Alfândega e posto da Guarda-Fiscal. A torre da ala Leste, que empareda a capela tem ligação ao seu interior, foi, se não estou em erro a primeira estação de correios da Foz do Douro, e também Estação Semafórica Marítima e Telegráfica da Cantareira, em ligação com a Estação do Monte da Luz e da Bolsa do Comércio do Porto e outras em montes sobranceiros ao rio. O primeiro piso serviu de sala de reunião dos pilotos, casa da Consulta, para deliberarem em caso de mar, se optavam por dar movimento marítimo na barra ou não, e por volta de 1935 foi substituída por um novo edifício junto ao Marégrafo, onde está colocado o mastro de sinais dos Pilotos, ali ainda existente.
Actualmente, o da Alfandega, serve como Estação de Socorros a Náufragos da Foz do Douro.
Por conseguinte, em minha opinião aqueles dois edifícios devem permanecer no local!
Pena é não trazerem a lancha salva-vidas VISCONDE DE LANÇADA, que julgo ainda se encontra guardada no quartel do B.V. Portuenses, em Francos, para o seu berço do cais do Marégrafo ou para o recreio da antiga escola primária nº 85, cujo edifício vai servir como junta de Freguesia da Foz do Douro, porque aqui na Foz, ainda há quem a saiba reaparelhar. Aquele salva-vidas, que primitivamente era particular, e que com o PORTO e o seu gémeo VISCONDESSA DE LANÇADA estacionado no porto de Carreiros (praia do Molhe) serviam a barra do Douro.
Saudações marítimo-entusiásticas
Rui Amaro

Eugénio Queirós disse...

Mais e melhores pormenores no livro de Mário Barroca sobre o Castelo do Queijo e sobre o forte Nossa Senhora das Neves (Leça da Palmeira), disponível na nossa bela biblioteca municipal

Anónimo disse...

Atao José as ferias foram boas ???
Foi um tal desbubdar dinheiroi e falas tu de crise ??
Roubas tes foi um contentor de Binho foi

Cumprimentos

JOSÉ MODESTO disse...

Amigo Narcisao, resolvi publicar o seu comentário...tenho a sensação de que aquilo que está a dizer é pura brincadeira.
Eu que trabalho desde os meus 15 anos...claro que tenho algum...enquantos outros gastavam eu poupava.
Claro o resultado está a vista, não devo nada a ninguém.

Tente comentar no meu blogue assuntos de shipping ou faróis eu tenho a certeza que sabe de boas histórias ligadas ao mar á nossa terra.

Saudações Marítimas
José Modesto

JOSÉ MODESTO disse...

Amigo Eugénio, irei concerteza o consultar.
O saber não ocupa espaço.

Obrigado pelo teu comentário no meu humilde blogue

Saudações Marítimas
José Modesto

Rui Amaro disse...

Zé Modesto
Boa réplica! Não ligues!
Eu que te conheço bem, que sempre trabalhaste no "shipping" começando por "docker" na descarga de navios no porto de Leixões,o que é um caso raro, sempre foste respeitado por superiores e colegas de trabalho e profissão.
Saudações maritimo-entusiásticas
Rui Amaro

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