quarta-feira, 17 de março de 2010

ANGOLA - NOTICIAS


O ministro dos Transportes, Augusto Tomás revelou ontem, em Luanda que fruto das medidas tomadas pelo Governo face aos problemas que o Porto de Luanda viveu até há pouco, com destaque para a redução do prazo de desalfandegamento e o fim do congestionamento, levou o país a economizar entre 500 milhões a mil milhões de dólares.

“O fim do congestionamento gerou benefícios significativos para o país, um factor que vai permitir melhorar o desempenho económico das empresas e o bem estar dos cidadãos”, disse o ministro, lembrando ainda que a sobre estadia dos navios no Porto de Luanda redundou em perdas acentuadas.
Contribuíam para o descongestionamento do porto, a aprovação do regulamento de tarifas portuárias, a criação de mais três cais, a utilização de 13 barcaças e a entrada em funcionamento de mais um terminal de segunda linha.
O ministro Augusto Tomás, que fez esta afirmação no acto de apresentação do portal do Conselho Nacional de Carregadores (CNC) e da Bolsa Nacional de Frete Marítimo, considerou ser importante a iniciativa da CNC, fundamentalmente numa altura em que a informação se destaca como ferramenta crucial no mercado global.
Augusto Tomas entende ser necessário que a iniciativa seja realizada de modo mais articulado e que haja uma porta única de entrada, com realce para o tratamento da informação, que deve ser posta no portal da Internet de modo hierarquizado, num projecto que se pretende mais alargado.
“Vamos pensar num projecto o máximo abrangente que envolva outros sectores do Ministério dos Transportes para uma maior organização e articulação. Os portais das empresas públicas devem estar dentro do portal global do sector”, referiu o ministro, afirmando ser preciso coordenar acções de uma forma triangular e ver como é que se vai combinar o trabalho da CMC com outros sectores.
Segundo o ministro, é necessário encontrar um mecanismo que permita distinguir a informação prestada pelo CNC e a prestada pelos portos.
Francisco Itembo, director do Conselho Nacional de Carregadores (CNC), entidade responsável pela criação da Bolsa Nacional de Frete Marítimo, disse que nesta primeira fase, a bolsa vai apenas prover toda a informação necessária ao importador e os moldes de negociação do frete.
Outro objectivo da criação do portal e da Bolsa Nacional de Frete Marítimo, construído pela Hexastep.pt, é regular e definir os preços do frete marítimo, um factor que, para já, vai permitir a fixação de um frete de referência. Uma outra vantagem está relacionada com a localização de navios em tempo real. Neste momento é apenas possível divulgar a localização e identificação dos navios na região portuária do Lobito e Luanda, desde que estejam a 60 milhas, correspondentes a 110 quilómetros da costa marítima.
“Teremos um frete de referência, que é calculado com base nas normas e instrumentos usados pelos próprios armadores, isto quer dizer que vai facilitar que determinado importador na negociação do frete tenha uma base, o que vai reduzir o frete marítimo para Angola, que é dos mais caros no mundo”, reconhece.
O frete, sublinha, depende de cada país e do tamanho do contentor, pois existem contentores de 20 pés e de 40. A título de exemplo, o frete de Portugal para Angola de um contentor de 40 pés estava fixado, no ano passado, em oito mil dólares. “Agora já há registos de redução do frete, em função das acções concretas desenhadas pelo Ministério dos Transportes e o fim do congestionamento no Porto Comercial de Luanda”, afirmou Francisco Intembo.
Fonte: Jornal Angola

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