Foi ontem apresentado ao público o estudo do Hypercluster do Mar. O estudo foi realizado pela Saer, empresa dirigida pelo ex-ministro das Finanças Ernâni Lopes (na foto), e contou com o apoio da Associação Comercial de Lisboa. Para explicar a importância deste hypercluster, Ernâni Lopes começou por contextualizar a actual situação económica, dizendo que a mesma “não ata, nem desata” e que para haver melhoria tem de existir um cenário de afirmação do sector marítimo, o qual pressupõe o envolvimento das diversas áreas. Tendo sempre em vista a viragem do primeiro para o segundo quartel deste século, o objectivo deste estudo é “tornar Portugal num actor marítimo relevante a nível global”.
A apresentação teve lugar no Estoril, no âmbito do Green Festival. O tema do hypercluster foi debatido por vários actores do sector marítimo nacional. Na sessão sobre os transportes marítimos, portos e logística, Lídia Sequeira, da Administração do Porto de Sines, começou por mostrar o que aquele espaço portuário tem vindo a fazer para assumir um papel relevante para o país, destacando a Janela Única Portuária II e a ligação à ferrovia e às plataformas logísticas. Joaquim Bensaúde, da Bensaúde Agentes de Navegação, e também do armador Mutualista Açoreana, falou sobre o papel da Marinha Mercante em Portugal, contestando o afretamento de navios estrangeiros. Sempre que isso acontece “não estamos a contribuir para o desenvolvimento da marinha mercante nacional”, afirmou. Quanto a formas para dinamizá-la, o orador aponta a continuação da participação nos mercados insulares, o apoio aos armadores no transporte marítimo de curta distância ou a promoção da participação dos armadores nacionais nos transportes bilaterais. Miguel Sequeira, presidente do IPTM, analisou a regulação económica nos portos, bem como as novas funções do IPTM, afirmando que apesar de tudo “o quadro regulatório não está completo”. Por último, Manuel Pinto Magalhães, da Portline, mostrou a visão que um armador tem das Auto-Estradas do Mar.
… mas agora é preciso agir
Mais do que ser um estudo teórico sobre os problemas, o Hypercluster apresenta soluções concretas que passam por: planos prioritários (uma década), planos de sustentação imediata, planos de alimentação e plano Horizonte-Mais/Meta-Oceano. Um dos aspectos onde é preciso actuar é na educação. Para o professor de Finanças, “é preciso ensinar coisas sobre o mar desde a infantil, até ao doutoramento”.
Para alcançar os resultados desejados, isto é, a afirmação do mar, é então necessária uma acção imediata que, segundo Ernâni Lopes, passa pela realização de um Conselho de Ministros que decida efectivamente sobre o mar, desenvolvimento de um Fórum Empresarial e existência de legislação exclusiva e especial para o hypercluster.
Como referiu Manuel Pinto de Abreu, da Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar, é preciso “fazer regressar Portugal ao mar”. “Leiam, falem com a Associação Comercial de Lisboa e ponham isto a andar”, pediu Pinto de Abreu.
Raquel Sales
Fonte: Cargo News
A apresentação teve lugar no Estoril, no âmbito do Green Festival. O tema do hypercluster foi debatido por vários actores do sector marítimo nacional. Na sessão sobre os transportes marítimos, portos e logística, Lídia Sequeira, da Administração do Porto de Sines, começou por mostrar o que aquele espaço portuário tem vindo a fazer para assumir um papel relevante para o país, destacando a Janela Única Portuária II e a ligação à ferrovia e às plataformas logísticas. Joaquim Bensaúde, da Bensaúde Agentes de Navegação, e também do armador Mutualista Açoreana, falou sobre o papel da Marinha Mercante em Portugal, contestando o afretamento de navios estrangeiros. Sempre que isso acontece “não estamos a contribuir para o desenvolvimento da marinha mercante nacional”, afirmou. Quanto a formas para dinamizá-la, o orador aponta a continuação da participação nos mercados insulares, o apoio aos armadores no transporte marítimo de curta distância ou a promoção da participação dos armadores nacionais nos transportes bilaterais. Miguel Sequeira, presidente do IPTM, analisou a regulação económica nos portos, bem como as novas funções do IPTM, afirmando que apesar de tudo “o quadro regulatório não está completo”. Por último, Manuel Pinto Magalhães, da Portline, mostrou a visão que um armador tem das Auto-Estradas do Mar.
… mas agora é preciso agir
Mais do que ser um estudo teórico sobre os problemas, o Hypercluster apresenta soluções concretas que passam por: planos prioritários (uma década), planos de sustentação imediata, planos de alimentação e plano Horizonte-Mais/Meta-Oceano. Um dos aspectos onde é preciso actuar é na educação. Para o professor de Finanças, “é preciso ensinar coisas sobre o mar desde a infantil, até ao doutoramento”.
Para alcançar os resultados desejados, isto é, a afirmação do mar, é então necessária uma acção imediata que, segundo Ernâni Lopes, passa pela realização de um Conselho de Ministros que decida efectivamente sobre o mar, desenvolvimento de um Fórum Empresarial e existência de legislação exclusiva e especial para o hypercluster.
Como referiu Manuel Pinto de Abreu, da Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar, é preciso “fazer regressar Portugal ao mar”. “Leiam, falem com a Associação Comercial de Lisboa e ponham isto a andar”, pediu Pinto de Abreu.
Raquel Sales
Fonte: Cargo News
1 comentário:
PORTUGAL TENS DE REGRESSAR AO MAR!
De facto já era tempo de apareceram entidades ligadas à actividade marítima e ainda o ex ministro Ernani Lopes, a lembrar que Portugal deve fazer tudo para regressar ao mar, seja em que área for dos negócios do mar, para ajudar a levantar a economia do país. Os nossos “hermanos” aqui ao lado não param, é na marinha mercante, construção naval, marinha de guerra (até submarinos, não só para a sua Armada como para outras estrangeiras, e ninguém reclama), e então nas pescas são “heróis”, etc.
Das poucas armadoras que possuímos, felizmente empresas sólidas e activas, elas precisam de se estender para outros oceanos e outros tráfegos, preferencialmente o contentorizado, turístico, petrolífero, curta distância, seja com bandeira convencional ou do MAR, esta que sempre vai dando uma boa ajuda ao não desaparecimento da frota Portuguesa.
Graças ao dinamismo do ministro Américo Tomás, no pós-guerra de 1939/45, com o célebre plano 100, Portugal voltou ao Mar em força, pois ficamos com uma frota muito substancial e moderna, fosse da marinha mercante, petrolífera, pescas, naval e até de recreio, e com a aquisição da EIN pelo grupo Champalimaud na década de 70, que acabou por integrar a CNCA, a frota nacional ficou mais reforçada e estendeu-se a outras paragens, só que após a revolução de Abril, lá se foi tudo por água abaixo.
Em minha opinião o único erro das principais armadoras nacionais favorecidas pelo plano 100 foi não se envolverem em tráfegos de “conferências”, tais como Extremo Oriente, Pacifico, Austrália, Nova Zelândia, etc., pois, praticamente só se viravam para os territórios Portugueses de África.
Ainda sou do tempo da Segunda Guerra Mundial, e embora não estivéssemos envolvidos na guerra, sei muito bem pelo que passamos, com falta de uma imensa quantidade de produtos de importação essenciais ao país, mesmo daqueles vindos das colónias, chegou-se a passar por situações de fome, e tudo isso pela falta de navegação nacional, já de si obsoleta, valeu-nos a navegação grega e a então recém formada marinha mercante Suíça.
Naqueles anos até alguns lugres e arrastões bacalhoeiros na altura da hibernação faziam viagens extras aos Açores, Madeira, Cabo Verde e Guiné, transportando mercadorias essenciais às populações, e houve um lugre que levou um carregamento completo de batata, que quando chegou ao destino, das suas escotilhas expelia fumo, que parecia provocado por incêndio, tudo isso porque a batata grelou, devido ao abafamento.
PARABÉNS ERNANI LOPES,OFEREÇA-SE PARA MINISTRO DO MAR!
Saudações marítimo-entusiásticas
Rui Amaro
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