terça-feira, 26 de maio de 2009

ESTIVA - GREVE

O Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal acaba de emitir um pré-aviso de greve que amplia o período anteriormente fixado (total para os próximos dias 28 e 29 de Maio, e de quatro horas intercaladas diárias entre 1 e 5 de Junho) em Lisboa e alarga a luta aos portos de Setúbal e da Figueira da Foz.
As novas paralisações em Lisboa (que somam às anteriores) serão de 6 a 15 de Junho (total) e de 16 a 19 (duas horas em cada um dos dois turnos de trabalho, alternadas); em Setúbal a paragem "pré-avisada" é de uma hora/dia de 16 a 19 de Junho, e na Figueira da Foz na mesma data que Setúbal mas de duas horas no turno da manhã e mais duas no turno da noite.
As razões aduzidas no comunicado do sindicato são as mesmas anteriormente avançadas, entre elas "a recusa do Governo em considerar que a Proposta da Lei de Portos “interfere com o regime jurídico do trabalho portuário, excluindo este do âmbito da Lei, contrariamente ao que o mesmo Governo sustentou oficialmente na apresentação pública das Orientações Estratégicas para o Sector Marítimo-Portuário".
A CARGO sabe que em causa está a exclusão da obrigação de contratação de estivadores no tráfego fluvial entre as duas margens do Tejo (que ainda não existe, embora esteja previsto), e nas plataformas logísticas (que também ainda não existem na área do porto de Lisboa). A CARGO apurou que os sindicatos temem que os portos possam optar por uma mudança de estatuto que lhes dê o carácter de plataforma logística, e dessa forma se desobriguem da obrigatoriedade de contratação exclusiva de estivadores.
Quanto à greve, ela volta a consagrar os "serviços mínimos de que possa carecer a actividade operacional portuária", mas operadores ouvidos pela CARGO estranham esta posição de força do sindicato, que vai bloquear totalmente a saída por Lisboa da carga de exportação, dando força aos que advogam a deslocalização da operação portuária na capital.
Sobre as razões da greve, os mesmos operadores afirmam que a legislação em causa não colide minimamente com o actual estatuto do trabalho portuário, pois a Lei dos Portos aprovada em Conselho de Ministros (e que ainda aguarda discussão em sede de Assembleia da República) não altera os actuais estatutos a não ser nos dois pontos antes referidos (tráfego fluvial e plataformas logísticas), em linha com "a prática dos restantes países europeus".
Fonte: Cargo News

4 comentários:

Augusto disse...

Lendo o conteúdo da Noticia aqui no Blog,e cruzando noticias,sou de opinião que neste momento é cedo para uma POSIÇÃO DE FORÇA.
Até porque este Ano é o Ano zero para TODOS os Trabalhadores Portuários,porque termina a Portaria que Reformava por limite de idade.Vai ser uma grande Luta,e,não podemos perder tempo com "pormenores" nam Dar "o flanco".
Discordo nesta fase mas respeito.


Saudações Maritimas

Augusto

JOSÉ MODESTO disse...

Caro Augusto, procuro ser imparcial naquilo que escrevo, mas sou da sua opinião.
Posição de força não, no entanto a vossa vertente não pode caír no esquecimento.
As greves são um direito que todos os cidadãos têm.

Vamos vêr o evoluir desta IMPORTANTE questão, estamos todos atentos.

Saudações Marítimas
José Modesto

Anónimo disse...

"obrigatoriedade de contratação exclusiva de estivadores"

Não é bem isso que está em causa para os estivadores, o que esta lei diz é que os tripulantes dos Navios passam a fazer todo o trabalho (dentro do Navio) que agora é feito pelos Estivadores e que as Empresas que detêm a concessão passam a ser responsáveis pela contratação dos Trabalhadores para fazer o restantes trabalho em porto, neste momento já contratam para trabalhar em armazens e não só imigrantes Brasileiros e de Leste (que também têm o direito de trabalhar) mas que aceitam qualquer salário e não lhes vão dar todas as condições dignas que todos os trabalhadores merecem pois aceitam qualquer coisa.
O que vai ser dos +- 300 trabalhadores portuários nos quais se investiu em formação, material, que trabalharam horas a fio sempre à torreira do sol, à chuva, ao frio e que têm lesões provocadas pela violência do trabalho.

É uma injustiça que se aprove uma lei que atira para o desemprego tanta gente e sem qualquer consideração, pois estavam a tentar fazê-lo o mais surrateiramente possível.

Obrigada,

PP

Empregado Portuário disse...

Amigo Modesto foi hoje suspença a greve! Para que haja reunião com as todas entidades competentes portanto decidimos amanha já ir trabalhar, um abraço vamos ao trabalho...

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